Lençóis Maranhenses para 60+: um paraíso que pode (e deve) ser vivido com conforto

Viajar depois dos sessenta é, antes de tudo, sabedoria. Afinal, você já sabe o que gosta, conhece seu ritmo e, portanto, valoriza experiências bem organizadas, sem perrengues. Os Lençóis Maranhenses entregam cenários hipnóticos de lagoas azul-turquesa entre dunas brancas, porém exigem planejamento. A boa notícia é que, com dicas certeiras de traslado, hospedagem e roteiros, a viagem fica leve, fluida e deliciosa.

Quando ir (e por quê)

De modo geral, as lagoas ficam mais cheias entre junho e agosto, período em que as chuvas cessam e as paisagens estão no auge. Ainda assim, como a natureza é dinâmica, o volume de água pode variar um pouco a cada ano; portanto, vale checar a previsão da temporada ao planejar.

Como chegar: rotas simples e escolhas inteligentes

O aeroporto mais próximo é o Marechal Cunha Machado (SLZ), em São Luís. A partir dali, você tem três portas de entrada para explorar o Parque: Barreirinhas, Santo Amaro e Atins. Como regra, Barreirinhas e Santo Amaro são acessíveis por estrada asfaltada; já Atins costuma exigir lancha pelo Rio Preguiças ou 4×4 autorizado. Assim, defina sua base conforme seu estilo.

Tempo e trajeto: de São Luís a Barreirinhas são cerca de 3,5 a 4 horas por vias sinalizadas (BR-135 + BR-402). Essa rota é a mais popular e oferece grande oferta de passeios e hospedagens.

Santo Amaro está a oeste do parque e, apesar de mais próximo “em linha reta” da capital, o tempo de deslocamento também gira em torno de 4 horas. A estrada de acesso (MA-320) foi asfaltada e uma ponte no Rio Alegre melhorou o caminho, o que facilita para quem prefere uma base mais tranquila — e muitas lagoas bem próximas.

Atins, por sua vez, é um vilarejo de vibe pé-na-areia, famoso pelos ventos (kitesurf) e por praias onde o rio encontra o mar. Em geral, chega-se de lancha voadeira pelo Rio Preguiças a partir de Barreirinhas, com saídas pela manhã e paradas fotogênicas. É um deslocamento bonito, porém mais “molhado” e com degraus — considere isso na logística se a mobilidade estiver reduzida.

Traslados que funcionam (e respeitam o seu ritmo)

Primeiro, antecipe transfers entre São Luís e sua base (Barreirinhas ou Santo Amaro). Vans e carros privativos oferecem conforto adicional, além de paradas sob demanda. Em seguida, programe os passeios oficiais em 4×4 autorizados pelo ICMBio — são eles que podem acessar os pontos de apoio no Parque. Essa é a maneira correta e segura de circular nas dunas e lagoas.

Além disso, lembre que quadriciclos, motos e buggies são proibidos dentro do Parque (com exceção a moradores tradicionais). Essa regra protege as dunas e a fauna e, claro, melhora a segurança do visitante.

Onde ficar: três bases, três experiências

Barreirinhas (conveniência e variedade)
Se você quer estrutura ampla, restaurantes, agências e opções de hospedagem para todos os bolsos, Barreirinhas é prática. Os passeios para Lagoa Azul, Lagoa Bonita e Lagoa da Esperança partem daqui com frequência — e muitos trajetos combinam pequenas caminhadas com banhos revigorantes. Portanto, é uma base excelente para a primeira viagem.

Santo Amaro (lagoas pertinho e sensação de exclusividade)
Com o acesso asfaltado, Santo Amaro tornou-se a base mais fácil de chegar a partir de São Luís e, sobretudo, aquela em que as lagoas ficam mais próximas do centrinho — em alguns casos, o 4×4 autorizado para quase “na beira d’água”, reduzindo deslocamentos a pé. É uma escolha certeira para quem quer menos caminhada e mais tempo dentro d’água.

Atins (pé-na-areia e vento no rosto)
Atins é para quem busca um ar de vilarejo, pousadas charmosas e a combinação dunas + mangues + praia. O acesso via lancha pelo Rio Preguiças já vale como passeio, e a região atrai praticantes de kitesurf. Entretanto, a logística depende das marés e, eventualmente, de veículos 4×4. Avalie se esse “extra” entrega o estilo que você deseja viver.

Hospedagens amigas do viajante 60+

A seguir, critérios que fazem diferença no conforto — e que, muitas vezes, custam muito menos do que um upgrade desnecessário.

  1. Quartos no térreo ou com elevador. Ademais, confirme duchas com água quente e ar-condicionado silencioso.
  2. Café da manhã reforçado e servido cedo: muitos passeios saem às 8h/9h.
  3. Sombra e área de descanso, para o pós-passeio.
  4. Banheiro com barras ou ao menos espaço generoso no box.
  5. Distância curta até o ponto de encontro dos passeios. Assim, você chega sem pressa e sem esforço.

Roteiros que respeitam o corpo (e multiplicam o prazer)

Para começar, alterne meio dia de passeio com meio dia livre. As dunas refletem bastante luz e o calor aumenta a fadiga; portanto, hidratação e pausas são parte do plano. Em dias cheios, combine Lagoa Azul pela manhã (por exemplo) e um pôr do sol na Lagoa Bonita à tarde. Em Santo Amaro, inclua a Lagoa da Andorinha e a Betânia; ambas costumam ter acesso facilitado com veículos autorizados.

Além disso, inclua um passeio de lancha pelo Rio Preguiças (o chamado Circuito Caburé). O percurso é lindo, rende fotos e, eventualmente, pode estender até Atins — ótimo para um “gostinho” do vilarejo mesmo se sua base for Barreirinhas.

Checklist essencial (leve e certeiro)

  • Chapéu de aba larga, óculos de sol e camisa leve de manga longa.
  • Protetor solar e garrafinha de água (os guias costumam incentivar; leve a sua).
  • Calçado de trilha leve ou papete antiderrapante.
  • Bolsa estanque ou saquinho zip para celular/documentos durante os banhos.
  • Dinheiro em espécie: embora pix seja comum, a conectividade pode oscilar.

Dicas de ouro para traslados

Primeiro, confirme a cobertura do seguro-viagem (inclusive para passeios). Depois, sincronize horários: se o seu voo chega à tarde, talvez seja melhor dormir em São Luís e seguir cedo no dia seguinte, evitando deslocamentos noturnos. Por fim, contrate passeios com operadores registrados; no parque, 4x4s precisam ser autorizados pelo ICMBio.

Conclusão: viaje com calma — e leve a memória cheia

Os Lençóis Maranhenses são contemplação em estado puro. Portanto, respeite o seu ritmo, escolha a base que mais conversa com seu estilo e dê tempo às lagoas. Com traslados organizados, hospedagem confortável e passeios oficiais, a experiência se torna segura, inesquecível e, acima de tudo, leve — como a brisa que desenha as dunas.

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